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Juventudes brasileiras publicam recomendações ao ACNUDH para uma transição ambiental justa

Artigo científico elaborado por jovens do Movimento Internacional de Juventudes propõe ações concretas diante da crise climática global e seus impactos nos direitos humanos

13/05/2025 às 08h43 Atualizada em 13/05/2025 às 09h45
Por: Movimento Internacional de Juventudes
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Foi publicado no repositório do grupo Cogna Educação o artigo científico “Juventudes, Direitos Humanos e Crise Climática: Recomendações ao ACNUDH para uma Transição Ambiental Justa”, resultado de um projeto institucional do MOV – Movimento Internacional de Juventudes. O documento apresenta uma carta política escrita coletivamente por 15 jovens brasileiros, com distintas vivências, origens e pertencimentos sociais, e endereçada ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH).

A carta parte do reconhecimento da emergência climática global e analisa os impactos das mudanças climáticas sobre os direitos humanos das juventudes, com ênfase nos jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica, racial, territorial, de gênero e de orientação sexual. A partir de uma abordagem interseccional, plural e descolonial, os autores apresentam recomendações concretas para uma transição ambiental justa, que reconheça a centralidade das juventudes na construção de políticas públicas e na defesa do meio ambiente como direito fundamental.

O documento também denuncia as desigualdades estruturais que atravessam o acesso a recursos naturais, à segurança alimentar, à educação ambiental e à participação política. Nesse sentido, o artigo reforça a importância de se incluir jovens nos espaços de decisão nacionais e internacionais, especialmente em temas como justiça climática, desenvolvimento sustentável e direitos humanos.

Diversidade como força política e acadêmica

A construção do artigo envolveu um criterioso processo de seleção interna do MOV, que escolheu os autores com base em mérito e engajamento prévio. O grupo autoral é formado por jovens de 12 estados brasileiros, abrangendo capitais e cidades do interior, do Norte ao Sul do país. A diversidade é um dos pilares do projeto: 47% dos participantes têm entre 14 e 18 anos, e outros 47% entre 19 e 27 anos.

Quanto à identidade de gênero e sexualidade, 10 participantes se identificam como LGBT+, e, em relação à identidade étnico-racial, o grupo é composto por 7 jovens pardos, 4 brancos, 3 negros, 1 indígena e 1 que preferiu não declarar. Há ainda representação plural quanto a crenças religiosas: cristãos (católicos, evangélicos e ortodoxos), seguidores de religiões de matriz africana e jovens sem religião.

Do ponto de vista socioeconômico, os perfis também são diversos: 6 participantes vivem em famílias com renda de até um salário mínimo, e 8 entre um e três salários mínimos. Os dados reforçam o compromisso do projeto em amplificar vozes historicamente silenciadas e dar protagonismo a juventudes periféricas, racializadas, indígenas, religiosas, LGBT+ e de diferentes contextos territoriais.

Incidência política com base em vivências concretas

A publicação é um marco na articulação entre produção de conhecimento, protagonismo juvenil e incidência internacional, e busca contribuir com o fortalecimento do debate público sobre a relação entre juventudes, clima e direitos humanos. Mais do que uma produção acadêmica, o artigo é um instrumento político e formativo, construído a partir das vivências concretas dos participantes e com o objetivo de influenciar as práticas e diretrizes do ACNUDH e de outras instâncias multilaterais.

Os autores do artigo são: Joceliano do Vale Silva, Lucca de Campos Arantes, Laura da Silveira, Rayssa Maurissandra dos Santos da Silva, Rafael da Silva Sampaio, Letícia Taveira Cabral, Luiza Vieira Caleia, Sofia Evelyn dos Santos, Ivaneza Ferreira Sousa, Sara Cecília Sousa Coelho, Anne Luíse Alves Januzzi, Bianca Pitana Gouvea Reinaldo, Josikelly Facundes Rodrigues, Amanda Pinto Silva, Andrea Oliveira Correia.

O Movimento Internacional de Juventudes reafirma, com essa publicação, seu papel como plataforma de representação juvenil internacional, comprometido com a justiça social, ambiental e intergeracional.

📄 Leia o artigo completo no repositório da Cogna:
https://repositorio.pgsscogna.com.br/handle/123456789/76697

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