Escrito por: Julia Cristhine Klemann
Em um ano eleitoral a política renasce, agitando a sociedade de tal modo a fomentar o debate político e social, principalmente dando força aos movimentos sociais reivindicadores. Todavia, o principal público que luta, defende e representa a política em suas comunidades é os grupos mais experientes, os quais já estão adeptos ao contexto político. E onde está a representação juvenil nos debates sociais? Qual é o principal fator que vem desmotivando os jovens a se envolverem nas decisões que são cruciais para a comunidade?
No presente ano, foi realizada a 3° edição da pesquisa “Violência Política e Eleitoral no Brasil”, desenvolvida pelas organizações sociais Terra de Direitos e Justiça Global, a qual afirma que os casos de violência política pré-eleições aumentaram 130% em relação aos últimos anos. Deste modo é possível fazer uma analogia com a ausência da representatividade juvenil nos debates públicos, uma vez que as violências por ideologias e gênero vêm crescendo cada vez mais. Vale ressaltar que muitas vezes quando uma mulher entra no mundo político é julgada não pelas suas posições e ideais, mas por ser uma mulher representando a política. Se um jovem de 16 a 18 anos, pode optar por votar ou não, por qual motivo se colocaria em risco tão novo e talvez inexperiente? E é claro que, nossos jovens apresentam suma importância dentro das pautas políticas, uma vez que representam suas necessidades, mas infelizmente há fatores contemporâneos que vêm resultando na ausência dos mesmos dentro das delegações.
De acordo com Max Frisch: “Quem não se ocupa de política já tomou a decisão política de que gostaria de ter poupado: servir o partido dominante”. O Brasil e muitos países da América Latina apresentam uma situação parecida, os quais possuem uma aversão à política, que é interessante para a classe dominante, a qual fomenta a ideia do autor supracitado. De tal maneira, trazendo o sentimento de não pertencimento dos indivíduos dentro da política, assim os afastando e fomentando oligopólios dentro da política, como uma bola de neve, que continua a aumentar.
Um alerta urge para o corpo social e à democracia brasileira, pois sem a representatividade e interesse da juventude para pautar temas contemporâneos vivenciados pelos mesmos, quem os representará nos espaços de discussão?