Ronivaldo Correia (MDB) faz um alerta e denuncia que a população de Teotônio Vilela (AL) está consumindo água contaminada com fezes de animais e de pessoas. A cidade de cerca de 40 mil habitantes é abastecida pelo Riacho Teixeira onde, de acordo com o vereador, são despejados, diariamente, excrementos de pocilgas instaladas ao longo do córrego.
O vereador disse ainda que a Barragem Cana Brava, onde ocorre a captação de água para abastecer a cidade, também está poluída e nem mesmo os poços artesianos instalados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) conseguem oferecer água tratada e com qualidade para a população.
“A Codevasf instalou mais de 200 poços artesianos e, segundo laudo técnico de análise físico – química e bacteriológica, produz água de péssima qualidade, que não recebe tratamento adequado”, disse.
Na época da instalação dos equipamentos em Teotônio Vilela, a Codevasf era comandada pelo ex-deputado Joãozinho Pereira, primo do atual prefeito Peu Pereira. Curiosamente, ainda segundo a denúncia do vereador Ronivaldo, um poço artesiano fora instalado na residência do gestor, mas neste caso existe tratamento do ‘líquido precioso’.
“Na residência do senhor prefeito Peu Pereira tem um poço artesiano que recebe tratamento adequado, com padrões de qualidade que não afetam a saúde de sua família e amigos. Hoje 70% da população consome água contaminada em Teotônio Vilela”, comenta Ronivaldo.
Água contaminada
Willames dos Santos Ferreira, técnico químico e ex-funcionário do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Teotônio Vilela, colheu amostras das águas da Barragem Cana Brava e as encaminhou para análise.
O laudo atestou que a água da Barragem Cana Brava apresenta impedimentos para consumo humano e outros meios de utilização do mesmo, pois não atende as exigências da Portaria de GM/MS Nº 888 de 04/05/2021 do Ministério da Saúde, ou seja, não atende aos padrões de potabilidade estabelecidos por lei.
A água consumida pela população, segundo a análise, tem sua turbidez de até 12.550 mg, onde o aceitável chega no máximo a 5.000 mg. O documento confirma ainda a grande presença de bactérias do grupo coliforme fecal (fezes de animais ou de humanos), o que representa indicadores da presença de microrganismos patogênicos na água da Barragem Cana Brava.